Quando as alterações da cartilagem forem muito importantes, pode não existir indicação para cirurgia conservadora. Medidas como o emagrecimento, moderação de actividade física, medicamentos analgésicos e fisioterapia podem ajudar a controlar os sintomas numa fase inicial.

Quando a incapacidade se tornar importante, a alternativa é a colocação de uma prótese artificial na anca.

A prótese pode substituir uma anca com artrose simples (fig. 5), uma anca deformada (fig. 6) ou outra prótese na cirurgia de revisão (fig.7).

prótese primária da anca (artroplastia total da anca)

Durante a substituição total da anca, ambas as partes da articulação são removidas e substituídas. Normalmente, um componente metálico com um interior de plástico de alta densidade ou cerâmica substitui a cavidade articular da bacia e uma esfera metálica ou de cerâmica substitui a cabeça femoral (fig.1 e 3). É colocada uma haste metálica para unir a esfera ao resto do fémur (fig. 2).

A abordagem cirúrgica efectuada pode ser lateral ou anterior dependendo dos casos e da experiência do cirurgião. Durante a cirurgia todas as estruturas (músculos e tendões) devem ser preservados ao máximo para garantir o bom funcionamento da prótese.

Os componentes podem ser fixos ao osso por meio de uma substancia pastosa que solidifica (cimento) ou serem encaixados e aparafusados no osso, de acordo com a qualidade do mesmo.

As indicações principais para artroplastia total da anca são:

  • alterações degenerativas – coxartrose – com limitação da mobilidade e dor, em que outros procedimentos cirúrgicos não apresentam bom resultado,
  • fracturas do colo do fémur com interrupção da irrigação sanguínea da cabeça femoral,
  • tratamento de tumores benignos ou malignos da anca ou da coxa proximal.


Da interface de contacto entre ambos os componentes da prótese, resulta sempre desgaste (independentemente do tipo de material utilizado) que obriga à sua substituição ao fim de algum tempo. A durabilidade dos implantes está relacionada com o tipo de actividade física a que a prótese é sujeita ao longo da vida, com a sua composição e com a maneira como é colocada.

Os resultados da cirurgia são bons, particularmente quando a indicação é a coxartrose. O doente melhora substancialmente da dor e pode retomar a sua actividade normal excepto desportos de impacto. Quando a cirurgia é efectuada por fractura do colo do fémur, a duração dos implantes parece ser menor por maior desgaste das superfícies de contacto, mas a qualidade de vida é igualmente boa.

 

prótese de revisão da anca

A cirurgia de revisão da anca é cada vez mais frequente pelo facto de serem colocadas muitas próteses em pessoas mais jovens, com maior actividade física que condiciona maior desgaste dos implantes. Outras causas que motivam a revisão são as infecções (relacionadas com a cirurgia ou tardias) e a instabilidade da prótese (desencaixa em determinadas posições).

Na revisão da prótese total da anca, uma ou as duas partes da articulação são removidas e/ou substituídas. Os novos componentes normalmente são diferentes, de maiores dimensões (fig. 4) por forma a poderem ficar fixos num osso já submetido a cirurgia prévia. A cirurgia de revisão de prótese pode ser tecnicamente muito mais complicada que a prótese primária e normalmente os resultados da cirurgia não são tão bons como o da prótese primária.
 


fig. 1: Vários tipos de material utilizado na esfera que substitui a cabeça femoral: cerâmicas diferentes e metal.

 

fig. 2: Dois tipos diferentes de haste cimentada uma polida outra com estrias.

 

fig. 3: Dois tipos diferentes de haste componente acetabular: cimentado à direita e não cimentado à esquerda.

 

fig. 4: Haste femoral de revisão, com estrias e mais longa que uma primária.

 


fig. 5: radiografia de um doente com coxartrose simples bilateral em que foi efectuada uma cirurgia de colocação de prótese.

 


fig. 6: radiografia de uma doente com 40 anos, com coxartrose secundária a displasia e com antecedentes de cirurgia anterior. O procedimento de colocação de prótese nestes casos é tecnicamente mais complexo. Normalmente para conseguir implantar a prótese na posição adequada é necessário utilizar enxerto ósseo colhido na própria cabeça femoral da doente. Este procedimento é mais biológico que a utilização de próteses que compensam a displasia porque preserva mais osso e prepara a anca para futuras revisões da prótese implantada

 


fig. 7: radiografia de um doente com prótese colocada em falência mecânica. A cirurgia de revisão consiste na reconstrução do osso reabsorvido recorrendo a enxerto ósseo e implantes especiais, diferentes dos que são utilizados nas cirurgias primárias.

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