O diagnóstico do conflito femoro-acetabular é feito com base nos sintomas (consulte a secção "Conflito femoro-acetabular") do doente e no exame objectivo. A mobilização da anca em determinada direcção e em determinada amplitude deve reproduzir os sintomas que levam o doente à consulta. Podem existir casos, no entanto, com dor menos típica na região posterior da anca. Quando existe a suspeita desta patologia, devem ser pedidas radiografias adequadas antero-posterior da bacia inteira e perfil “cross-table view” da anca (fig.1, 2 e 3).


conflito-femuro-acetabular-diagnostico-fig.1

fig. 1: Na radiografia de um doente jovem adequadamente centrada (linha laranja passa no meio do sacro e da sinfise pubica) observamos:

  • à direita o sinal da retroversão acetabular (linha azul que corresponde ao rebordo anterior do acetábulo é mais lateral que a linha vermelha que marca o rebordo posterior). do ponto de cruzamento (ponto amarelo) para cima a abertura da acetabulo e posterior - achado típico de conflito femoro-acetabular pincer focal.
  • à esquerda o contorno da cabeça do fémur sai fora dos limites de uma circunferência perfeita - significa que uma parte da cabeça do fémur não é esferica - tipico de um conflito cam.
  • Neste caso existem características de CFA cam e pincer nas duas ancas. Forma mista

conflito-femuro-acetabular-diagnostico-fig.2

fig. 2: Na radiografia perfil do mesmo doente notamos que parte da cabeça do fémur não é esférica


fig. 3 Na radiografia antero-posterior observamos um excesso de cobertura acetabular global (coxa profunda) que determina a existência de um mecanismo de conflito pincer global (anterior e posterior). Na anca esquerda, observamos que a linha da parede posterior (vermelha) e mais lateral em relação ao centro geométrico da cabeça do fémur o que significa excesso de parede posterior. Na anca esquerda observamos que o contorno da cavidade acetabular (vermelho) intersecta uma linha que une o iliaco ao isquíon - linha ileo-isquiática (azul).


Nos doentes com sintomas, para avaliar o grau de lesão da cartilagem e do labrum acetabular, a ressonância magnética nuclear, efectuada segundo um protocolo específico, pode ser muito importante (video). As lesões do labrum e a morfologia da anca são por vezes difíceis de interpretar na sequência das imagens radiais, por isso esta deve ser feita, preferencialmente, num centro de referência.

 Quando existem dúvidas em relação à origem da dor, pode ser efectuada uma injecção intra-articular controlada com radioscopia para ter a certeza que a dor vem da anca e não de outra localização (fig. 4).

fig.4-conflito-femoro-acetabular-paulo-rego

fig 4: A injecção combinada com contraste (seta amarela) permite ter a certeza de que o anestésico é mesmo colocado dentro da articulação. Se durante algum tempo a dor desaparecer é porque tem origem numa lesão intra-articular

RMN com contraste intra-articular permite detectar lesões na cartilagem e no labrum

A RMN com contraste intra-articular permite detectar lesões na cartilagem e no labrum que que não são visíveis por outros meios. neste caso a cabeça do fémur apresenta uma deformidade anterior e posterior.

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